PUBLICIDADE

Sua Excelência Alexandra Mias

A lexandra Mias, cônsul-geral da França em São Paulo, é a primeira mulher a ocupar o cargo na história da representação diplomática

Por Cynthia Camargo | Foto Valéria Afrange

Alexandra Mias, cônsul-geral da França em São Paulo - Jornal aQuadra
"MUITAS REFERÊNCIAS COMPROVAM A PROFUNDIDADE DOS LAÇOS ENTRE A FRANÇA E SÃO PAULO.”

Cônsul-geral da França em São Paulo desde 2 de setembro de 2024, Alexandra Mias é a primeira mulher a ocupar o cargo na história da representação diplomática. Ela desembarcou na capital paulista depois de passagens pelas embaixadas francesas em Brasília e em Pequim, como assessora de imprensa e adida de cooperação responsável por questões globais.

 

Bem-vinda a São Paulo e parabéns pela sua posse. Apesar de estar há pouco tempo na cidade, a senhora já pôde identificar referências francesas aqui?
A primeira imagem que eu tinha de São Paulo e do Brasil era a de Claude Lévi- -Strauss, que contribuiu para modelar esse fascínio que os franceses sentem pelo Brasil e por esta cidade. Ele, juntamente com outros professores, como Roger Bastide, contribuiu igualmente para criar a prestigiosa Universidade de São Paulo, que é um pilar da amizade franco-brasileira. Também outras referências comprovam a profundidade dos laços entre a França e São Paulo, como o Parque Trianon (projetado pelo paisagista Paul Villon), que fica ao lado do Consulado Geral da França; o Palácio dos Campos Elíseos, que teve sua construção inspirada no Château d’Écouen; o Theatro Municipal, cuja construção foi inspirada no Opéra Garnier, de Paris. Essas referências são os laços culturais e intelectuais entre as populações brasileira e francesa.

Também gosto muito da amizade mutuamente frutífera entre o poeta e escritor franco-suíço Blaise Cendrars e a artista Tarsila do Amaral e o escritor Oswald de Andrade. Não é à toa que a França sedia, neste momento, uma das maiores exposições de Tarsila do Amaral fora do Brasil.

Gostaria de destacar que essas referências francesas em São Paulo baseiam-se também em instituições, como o Consulado Geral da França, que vai celebrar 130 anos em 2025, a Aliança Francesa, criada em 1934, e o Liceu Pasteur, fundado em 1923.

Gosto de pensar que a França acompanha o cotidiano dos paulistanos com as nossas mais de 600 empresas, nos setores de transporte, cosméticos, varejo. Além disso, a França organiza eventos culturais praticamente durante todo o ano em São Paulo.

Como a senhora se sente sendo a primeira mulher a ocupar esse posto de cônsul- -geral da França em São Paulo?
Claro que fico muito honrada, mas também sinto a grande responsabilidade de incentivar outras mulheres a ocuparem cargos de direção e criarem uma rede de solidariedade profissional feminina. Além das barreiras, precisamos lutar contra o fenômeno da autocensura das próprias mulheres, que frequentemente duvidam de si mesmas.

Por isso, acho muito importante trabalharmos juntas e sermos fonte de inspiração umas para as outras, sobretudo em São Paulo, que conta com muitas mulheres inspiradoras no comando.

Como estão os preparativos para 2025, que será o ano da França no Brasil e vice-versa, eventos esses que constituem o motivo desta nossa edição especial?
Estamos muito entusiasmados com a celebração dos 200 anos de relações diplomáticas entre ambos os países. Assim, nossos dois presidentes, Lula e Macron, decidiram dar um novo impulso às relações bilaterais, com o lançamento da Temporada França-Brasil.

A temporada promoverá diálogos entre a França e o Brasil em torno de três temas principais, que ecoam os desafios do mundo contemporâneo.

Dessa forma, celebraremos ao longo do ano a amizade entre os dois países, caracterizada por uma relação de intimidade e confiança, que vai muito além de relações políticas. São Paulo, com sua força e seu dinamismo, vai ocupar, sem dúvida, um grande espaço dentro dessa celebração.

compartilhe

compartilhe

PUBLICIDADE

Você pode gostar

Assine nossa newsletter!

Receba avisos sobre novos artigos e novas edições do jornal.