
SÃO, SÃO PAULO – Crônica de Washington Olivetto
Grande talentos desses 470 anos de vida de São Paulo foi um carioca: Danilo Santos de Miranda mudou a cultura da cidade dirigindo o Sesc.
Em São Paulo desde fevereiro de 2022, Domenico Fornara se formou em Economia e Comércio pela Universidade La Sapienza, em Roma. Foi consultor empresarial até 1998, quando iniciou a carreira diplomática, que o levou à Albânia, Líbia, Genebra, Senegal, Uganda e, agora, ao Brasil.
Aos 57 anos, Fornara é casado e pai de dois filhos. Adora montanhismo e é instrutor de caratê Shotokan. À frente de uma das maiores representações de seu país no mundo, ele trabalha muito, mas encontra tempo para explorar a cidade, os parques, a arquitetura e o circuito cultural.
Ao chegar a São Paulo, o senhor sentiu a forte influência italiana?
Mesmo tendo estudado sobre a presença italiana no Brasil, fui surpreendido porque a realidade é maior do que eu imaginava. Foi um impacto muito positivo, especialmente em São Paulo, mas também no interior. Cerca de 35% a 40% da população tem origem italiana. É a cidade com mais italianos fora da Itália.
O senhor está aproveitando a cidade?
Muito. Participo de eventos culturais e empresariais, e também das festas e encontros da comunidade italiana. Gosto igualmente de passear, ir aos parques, admirar os prédios.
A seu ver, qual é o prédio da cidade que mais representa a Itália?
Historicamente, o Edifício Itália, onde fica o Terraço Itália, o Círculo Italiano, o Comites (Conselho dos Italianos no Exterior) e muitos escritórios italianos – é um prédio simbolicamente importante para nós. Também o Edifício Martinelli, o Edifício Matarazzo, o Teatro Municipal, o Masp e a Casa de Vidro, da Lina Bo Bardi, representam bem esse laço Brasil-Itália.
Qual é o seu maior compromisso à frente do consulado?
Por sua importância, o consulado-geral de primeira classe, como o de São Paulo, é considerado embaixada. Nosso objetivo é garantir serviços consulares de alto nível. E também promover as excelências italianas, assim como trabalhar institucionalmente para impulsionar os investimentos italianos no Brasil, as trocas comerciais e também a inovação e a cultura.
Em São Paulo, o trabalho é intenso, não é?
Temos 380 mil cidadãos italianos; em 2022, eram 280 mil. Quando cheguei, o consulado emitia 21 mil passaportes por ano; em 2024, emitimos 38.600!
É preciso falar o idioma para obter passaporte italiano?
Pela lei atual, só é necessário para a naturalização, ou seja, quando a pessoa pede cidadania por casamento ou residência na Itália. Por descendência, não. É por esse motivo que temos muitos italianos que não falam o idioma. Sempre digo que a cidadania é um pacote no qual cada um tem direitos e deveres.
Que direitos e deveres seriam esses?
Direitos de votar, de fixar residência na Itália, de recorrer aos serviços públicos ou consulares. Deveres de conhecer a história da Itália, participar das atividades culturais do consulado, aprender a língua. Todos os italianos aqui cadastrados recebem fichas eleitorais para votar em referendos e também no Parlamento, por isso é um dever informar-se, estudar a língua, ler as notícias, conhecer os candidatos e seus partidos.

Grande talentos desses 470 anos de vida de São Paulo foi um carioca: Danilo Santos de Miranda mudou a cultura da cidade dirigindo o Sesc.

Localizada na região central de Minas Gerais e fundada em 1702, foi importante centro de exploração de ouro até o final do século 18. Em meados dos anos 1980, a charmosa cidade foi tombada como centro histórico, com sua arquitetura colonial, ruas de pedras, mix de cores e, lógico, aquele sabor mineiro que só por lá se encontra.

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