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A influência francesa no Brasil

Em 2025, celebraremos o Ano do Brasil na França e o Ano da França no Brasil, reforçando uma parceria histórica e rica em cultura.

por Joe Doe

Crônica de João Braga - Jornal aQuadra

Não é a primeira vez que Brasil e França se homenageiam em um ano dedicado às suas respectivas referências culturais e à maneira como estas se entrelaçaram no processo histórico. Em 2005, tivemos o Ano do Brasil na França e, em 2006, o Ano da França no Brasil.

Vinte anos depois, em 2025, teremos novamente homenagens: este será o Ano do Brasil na França e, reciprocamente, o Ano da França no Brasil.

Não há como negar essas trocas de longa data, tendo a França deixado várias influências em nosso país. Sabemos que os franceses invadiram o Brasil quatro vezes (1503/1504, 1555, 1590/1604 e 1612) e em todas elas os portugueses os expulsaram de nosso território. Não tivemos uma colonização francesa, porém recebemos uma enorme influência de sua cultura.

Comecemos pelo nome que iria ser dado a nosso território. Os povos originários chamavam esta terra de “Pindorama” (Terra das Palmeiras) e a uma árvore aqui presente em abundância de “ibirá pitanga” (pau vermelho, madeira vermelha), que iria fornecer uma tinta para tingir tecidos na Europa do século XVI. Os portugueses chamaram essa árvore de “pau de tinta” e os franceses a denominaram “bois de braise” (pau de brasa, por se assemelhar a uma madeira incandescente). De “braise” veio o nome Brasil, apesar de não haver um consenso historiográfico em relação a essa origem.

Com a vinda da Missão Cultural Francesa para o Rio de Janeiro em 1816, convocada por dom João VI (1767-1826), e a chegada de Jean-Baptiste Debret (1768-1825), tivemos o artista francês desenhando as roupas de dona Carlota Joaquina e a bandeira do Império do Brasil, definindo o verde-amarelo como as cores nacionais. E, mais adiante, com a Proclamação da República (1889), nosso pavilhão foi atualizado e teve inscrita nele uma citação do filósofo positivista francês Auguste Comte (1798-1857): “Ordem e progresso”.

No setor da moda, a influência francesa não foi diferente. Em Paris, usavam casacos de pele que, por aqui, nos trópicos, passaram a ser adotados; as cinturas estranguladas da Belle Époque também foram rebatidas do lado de cá do Atlântico; as saias de Paris à altura dos joelhos dos anos 1920 tiveram seu eco no Brasil; a cintura marcada e a saia rodada dos anos 1950 constituíram uma febre nacional; as saias curtas de André Courrèges (1923-2016) também foram realidade de moda por aqui; os barroquismos nos anos 1980 de Christian Lacroix se mostraram muito intensos em nosso país; e se Paris lançou as Semanas de Moda em 1974, hoje temos as nossas, entre outras inúmeras influências.

Sendo assim, a distância entre França e Brasil que nos separava foi o mesmo caminho que nos uniu; o céu que nos protege é o mesmo firmamento que nos une.

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