Pura elegância
Com base nos cadernos de receitas e diários de jantares de Ema Klabin, Janka Babenco reuniu receitas que apresentam a culinária praticada em São Paulo dos anos 1950 ao final dos anos 1970.
Sempre fui e continuo sendo apaixonada por papel. Em 1986, morei no Japão, que é um país conhecido pela alta qualidade dos seus produtos artesanais, e lá experimentei adaptar o origami japonês – palavra que, originalmente, consiste em dobrar, sem cortes, um pedaço de papel geralmente quadrado, de pouca espessura, cujas faces podem ser de cores diferentes.
Em 1987, fundei a minha empresa, Origami Arquitetura de Papéis, que se especializou em origamis arquitetônicos, que exigem sempre um projeto, antes de se fazerem a estrutura e a montagem dos produtos. Usando papéis mais estruturados e criando diferenciais nas formas, cortes e adaptando o uso das cores e ilustrações.
Tive gráfica entre 1997 e 2009, atuando principalmente com origami arquitetônico, arte em papel, impressão em papéis diferenciados, facas e vinco e acabamentos especiais. Hoje continuo com interesse na cultura japonesa em grupos de estudos. Participei da pesquisa do Projeto Kōgei – o artesanato nipo-brasileiro, realizado para a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (SBCJ). A palavra japonesa kōgei significa “trabalho bem-feito”, sendo a junção das palavras habilidade (kō) e arte (gei). Seu equivalente em inglês, craft, tornou-se a palavra universal para denominar esse tipo de trabalho.
Sobre papel
Washi (和紙 = Japão + papel) é a palavra utilizada para papel japonês. Feito a partir de fibras dos arbustos Kozo, Gampi e Mitsumata, e cuja produção utiliza técnicas milenares, é usado para restauração de livros e obras de arte, decoração, como as luminárias-esculturas Akari, desenhadas pelo escultor e designer Isamu Noguchi, são feitas de washi, bambu e suporte de metal.
Outros usos: na caligrafia (Shodô), na produção de objetos do cotidiano, como brinquedos, bonecas, leques, vestuário, luminárias, guarda-chuva e outros objetos decorativos com aplicação de urushi; na arquitetura com os papéis translúcidos para as telas shoji da casa tradicional, pois esses papéis são excelentes para absorver o excesso de umidade, ajudam a manter a temperatura no interior da casa e deixam passar apenas a quantidade certa de luz; nos quimonos, na confecção de estêncil para o seu tingimento; e nas artes do origami, kirigami e washi-e.
A palavra japonesa origami (折紙) é composta de duas menores: ori (折), que significa dobra, e kami (紙), cujo significado é papel.
Já o kirigami (切紙 = corte + papel), é uma arte de origem chinesa de cortar papel. Com o uso de estiletes ou lâminas, desenhos são feitos no papel de seda e depois podem ser pintados, criando-se obras de grande delicadeza.
O estilista Jum Nakao trabalhou com papel na São Paulo Fashion Week de 2004, com uma coleção inspirada no vestuário do século 18 e no conceito de transitoriedade presente na filosofia oriental com referências contemporâneas. Recortado em papel vegetal, primeiramente com estilete e depois a laser, o papel foi, em seguida, molhado para modelagem. No final do desfile, as modelos receberam a ordem de rasgar as maravilhosas roupas, fazendo uma alusão à noção de impermanência e efemeridade.
No mundo contemporâneo, onde muito se fala em reduzir, reciclar, reutilizar e recuperar, o papel tem uma grande importância nesse ciclo de vida e faz parte da preservação da memória em forma de documentos e como obra de arte.
Bassy Arcuschin Machado
Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie e pós-graduada em design gráfico pela USP, possui experiência em criação e produção gráfica. Atua como consultora imobiliária e pesquisa arte, cultura e arquitetura japonesas.
Com base nos cadernos de receitas e diários de jantares de Ema Klabin, Janka Babenco reuniu receitas que apresentam a culinária praticada em São Paulo dos anos 1950 ao final dos anos 1970.
A higiene rigorosa das mãos durante a pandemia fez aumentar os casos de dermatite, secura e irritação, segundo pesquisa apresentada no Simpósio da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia.
São Paulo, aos 470 anos, é uma metrópole controversa, amada e criticada. Seu crescimento deve ser consciente, valorizando história e inovação para melhorar a qualidade de vida.
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