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O líder que precisamos – João Paulo Pacífico, CEO do Grupo Gaia

João Paulo Pacífico, CEO do Grupo Gaia, tem cultivado caminhos promissores para um ambiente econômico mais equitativo e inclusivo.

por Felipe SS Rodrigues

João Paulo Pacífico, CEO do Grupo Gaia, O líder que precisamos - Jornal aQuadra
João Paulo Pacífico, CEO di Grupo Gaia

Grupo Gaia atua no mercado financeiro há 14 anos, e João Paulo ficou conhecido por ter inserido cooperativas agrícolas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na bolsa. Empresário e ativista, desde o ano passado está tocando a doação de sua empresa para uma ONG ligada a projetos de impacto social. João tornou-se o maior especialista em securitização do mercado brasileiro; o grupo já emitiu mais de R$ 20 bilhões em títulos. Seu último livro Seja líder como o mundo precisa: Impacte as pessoas, os negócios e o planeta (HarperCollins, 2022) mostra que é possível conciliar um ambiente de trabalho leve e agradável, felicidade, impacto social e ambiental positivo e ainda um bom retorno financeiro. É dele o projeto da Agrofloresta na seção Arquitetura desta edição.

Qual foi a principal motivação para a união – ao invés da comum anulação – de universos tão antagônicos, como são o mercado financeiro e o MST?

O mercado financeiro deveria ser um meio para fazer o dinheiro circular. Infelizmente, a ganância fez com que esse setor da economia fique centrado no desejo de acumulação ilimitada. Normalizou, por exemplo, o financiamento de indústrias poluentes (e lucrativas) e a ignorância a respeito da produção de comida. Além de ser um importante movimento social de inclusão social, o MST é um grande produtor de alimentos. Para mim, é muito mais óbvio financiar a produção de alimentos por pessoas vulneráveis do que levantar recursos para agrotóxico de latifundiários.

Se houvesse esforço coletivo, seria possível ter alimentação saudável e barata para todas as pessoas

Entre quadras de beach tennis, saunas e academias, é pouco comum que empresários bem-sucedidos tenham a ambição de uma agrofloresta particular. Qual foi o principal estímulo?
A conexão com a natureza, com a diversidade, com as nossas origens foi o grande motivador. Atualmente as crianças não fazem ideia de onde vêm as frutas e legumes; algumas acham que são produzidas no supermercado. A natureza nos ensina muito. A agrofloresta nos ensina sobre cooperação, pois uma árvore ajuda a outra, algumas estão lá só para ajudar e outras para darem frutos. Você entende como a diversidade é mais bonita e natural do que a
monocultura. E que se tivesse um esforço coletivo seria possível ter alimentação saudável e barata para todas as pessoas.

Orgânico, colhido da própria agrofloresta, consegue ser mais saboroso? Não só mais saboroso, mas mais prazeroso. Com mais propósito saber que o seu esforço foi convertido em comida natural, sem aditivos químicos. Amamos comer o que plantamos!

Tem-se tornado cada vez mais usual que empresas do mercado financeiro busquem investimentos de impacto, com desenvolvimento social e ambiental, o que é louvável. Mas até que ponto nós, ou mesmo as certificações, criamos métricas adequadas para um ambiente de fato consciente? A minha resposta vai por outra direção. O que eu percebo é que empresas do mercado financeiro estão mais interessadas em falar que fazem do que em investir em impacto. O objetivo de todas as grandes instituições continua sendo o lucro em primeiro lugar, e tentam usar o impacto/ESG como marketing. Na mesma linha, muitas operações ditas “verdes” e até com alguma certificação, não são tão sustentáveis assim.

Ao analisarmos sua trajetória é fascinante como concilia intenções e propósitos, administra as ambiguidades. Imaginamos que seja também mal compreendido, especialmente em um ambiente social e político de recente e histórica dicotomia. Como navega nesses ambientes? Sem dúvida, sou muito mal compreendido em grande parte dos ambientes ditos mainstream, o que é uma pena. As redes sociais conectaram muitas pessoas, deram voz a ideias, mas também trazem muita superficialidade e julgamentos baseados em poucas informações, muitas vezes inverídicas. Junto com o ativismo vem um “custo social” que eu estou disposto a correr, pois posso dormir sabendo que estou agindo com coerência. Por outro lado, o papo é maravilhoso com as pessoas que estão abertas a ouvir e evoluir.

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“O maior legado da Lina foi o modo de fazer uma arquitetura que tenha sentido, que crie ressonância no coração das pessoas, uma arquitetura que busca conforto, em todos os sentidos da palavra.”

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