Muitas Helenas
Recorte dos anos 1970 até os anos 2000. Anos de viagens incessantes e períodos fora do país. Iniciei uma intensa correspondência com as diferenças estéticas e culturais da América do Sul, da Europa e América do Norte.
Agente nem imagina, mas a rua em que caminhamos pode estar sobre um rio. Estima-se que debaixo de ruas, calçadas, avenidas, edifícios e shoppings da cidade de São Paulo há mais de 300 rios, ou 1.500 quilômetros de cursos d’água escondidos, canalizados sob o concreto.
Isso aconteceu em decorrência do desenvolvimento urbano, que soterrou rios e retificou a trajetória de outros. O rio Pinheiros, antes repleto de curvas sinuosas, foi retificado e teve seu curso invertido em 1928, quando o norte-americano Asa White Kenney Billings, engenheiro da Light, viu essa solução para aumentar a geração de energia. Dessa forma, resolveu o problema eminente da crescente população, mas, por conta dessa inversão, transformou o rio Pinheiros num canal em que a água deixou de correr e, por isso, houve um acúmulo de sedimentos, provocando o assoreamento.
Nos anos 50, com o desenvolvimento econômico que fez surgir várias fábricas de automóveis, o carro tornou-se símbolo do Brasil pujante. Para eles trafegarem, o único espaço para fazer avenidas era sobre os rios, pois os morros já estavam ocupados.
Assim, ao longo dos anos, muitos rios foram canalizados e aterrados para dar lugar a construções e vias urbanas. E acabou tornando-se um problema para a cidade, uma vez que as galerias pluviais não conseguem dar conta do volume de água em períodos de chuva intensa, causando enchentes e alagamentos.
A avenida Nove de Julho, próxima à avenida Paulista, foi construída sobre o rio Saracura, que corre até a Praça da Bandeira. Do outro lado, na zona oeste, a Nove de Julho encobre o córrego Iguatemi, afluente do rio Pinheiros.
O córrego do Bixiga atravessa o bairro da Bela Vista e passa embaixo da Câmara Municipal. O córrego Pacaembu, afluente do Tietê, tem sua nascente nos morros no entorno do estádio Pacaembu, e corre sob a avenida Pacaembu. A avenida Bandeirantes passa por cima do córrego da Traição, afluente do rio Pinheiros. O córrego Águas Espraiadas está sob a avenida Roberto Marinho. O córrego Antonico, sob a avenida Jorge João Saad, passa pela favela Paraisópolis, pelo estádio do Morumbi e deságua no Pirajussara, afluente do rio Pinheiros. O rio Pirajussara, que nasce no município de Embu das Artes, passa por Taboão da Serra e deságua no Pinheiros, em São Paulo, é encoberto pela avenida Eliseu de Almeida.
A avenida Luiz Inácio de Anhaia Mello, na zona leste, foi construída sobre o rio da Mooca, afluente do rio Tamanduateí.
A avenida Salim Farah Maluf, que separa os bairros do Tatuapé e do Belém, na zona leste, flui sobre o rio Tatuapé, afluente do Tietê.
A avenida Inajar de Souza atravessa a zona norte e acompanha o traçado do córrego Cabuçu de Baixo, afluente do rio Tietê.
Rios DesCobertos
Projeto do Estúdio Laborg, com realização do Sesc São Paulo, a exposição Rios DesCobertos – Dos Jerivás aos Pinheiros explora e navega por um fascinante ecossistema vivo, que existe escondido sob o concreto da cidade.
Oitava edição do projeto de sensibilização socioambiental Rios DesCobertos, criado em 2016 e presente desde então em diversas unidades do Sesc, apresenta ao público a extensa bacia hidrográfica da cidade de São Paulo, em quase sua totalidade já escondida e coberta por ruas e avenidas. Nesta exposição, o Rio Pinheiros é navegado de forma provocadora e interativa, por meio de instalações, mapa, maquete, projeções, recriando as trilhas que levaram a história de um dos mais importantes cursos d’água da cidade a sofrer intervenções que alteraram a sua forma e a ocupação às suas margens – obras decisivas para que a cidade chegasse à sua forma atual.
Sesc Interlagos
Av. Manoel Alves Soares, 1100 Até 10 de dezembro
@sescsp
“O maior legado da Lina foi o modo de fazer uma arquitetura que tenha sentido, que crie ressonância no coração das pessoas, uma arquitetura que busca conforto, em todos os sentidos da palavra.”
Marcelo Ferraz
Recorte dos anos 1970 até os anos 2000. Anos de viagens incessantes e períodos fora do país. Iniciei uma intensa correspondência com as diferenças estéticas e culturais da América do Sul, da Europa e América do Norte.
Presidente da Birmann S.A, Rafael Birmann tornou-se referência com mais de 20 empreendimentos corporativos que impactaram a cidade.
Cada vez mais populares, as bikes elétricas são ótimas alternativas
para o transporte cotidiano. Além de ecofriendly, a opção permite uma vivência mais íntima com a cidade.
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