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As pessoas do deserto

Mais árido deserto do mundo, o Atacama, no norte do Chile, tem cenários incríveis e pessoas especiais, que transformam a viagem em uma experiência singular

por Paula Nazarian

Minha viagem ao Atacama começou durante o voo de São Paulo para a capital chilena, em que se tem uma vista de tirar o fôlego da Cordilheira dos Andes. Depois de uma rápida parada em Santiago, segui para Calama. No aeroporto, encontrei Cristobal, guia do Hotel Awasi, que me recebeu, dizendo: “Prepare-se para dias inesquecíveis, você está indo para um dos lugares mais místicos do mundo”.

Existem alguns bons hotéis em San Pedro de Atacama, mas acho impossível algum deles bater o Awasi. Com apenas 12 quartos e um staff de 84 pessoas (!), esse Relais & Châteaux está entre os hotéis mais charmosos e acolhedores em que já me hospedei.

O primeiro dia no deserto começou com uma caminhada pelo Vale da Lua. Na verdade, não fomos exatamente ao Vale da Lua, e sim ao adjacente Vallecito, por recomendação do Cristobal (ele disse que esse segundo é igualmente bonito, mas muito menos turístico). De fato, éramos só nós dois caminhando pelas dunas. Ali foi o primeiro momento em que senti a força do deserto.

Visitamos Toconao, pequeno vilarejo bucólico que parece ter parado no tempo, e a reserva de flamingos. E terminamos o dia assistindo a um dos pores do sol mais bonitos que já vi.

Acompanhados de chá, frutas e queijos locais, assistimos ao céu mudar de cor mil vezes.

No segundo dia, acordamos cedo para ver os gêiseres em erupção. Se alguém tivesse dito naquele momento que estávamos em Marte, eu teria acreditado. Adorei observar o fenômeno das nascentes termais, principalmente enquanto comia ovos mexidos, preparados pelo time do hotel.

Uma das coisas que mais me impressionaram foi ver que o Cristobal me sacou, adaptando os planos para me atender ainda melhor. Ele percebeu que sou fanática por trilhas, então começou a inseri-las nos nossos passeios. Caminhar em silêncio por entre alpacas, vicunhas, guanacos e viscachas foi inesquecível.

Depois, aproveitei para conhecer a cidadezinha de San Pedro de Atacama. Fiquei impressionada ao ver como uma vila tão pequena pode ser tão animada! Para fechar o dia com chave de ouro, ainda fui a um observatório no meio do deserto a fim de ver as estrelas. Dei sorte: julho é considerado o melhor mês para observar o céu no Atacama! 

Meu último dia no deserto começou com um passeio a cavalo pelo Vale de Marte. Saímos eu, Cristobal e “Don Ronald”, o figura que cuida dos cavalos, para uma cavalgada em meio às dunas de areia. Foi maravilhoso!

Quanto mais viajo, mais aprendo a viajar. Aprendi que é menos sobre destinos badalados e mais sobre lugares que ainda conseguem preservar suas raízes. E foi no auspicioso deserto do norte do Chile que compreendi o que é provavelmente a lição mais importante que já tive em uma viagem: são pessoas, e não lugares, que proporcionam as melhores jornadas!

Galeria

Don Ronald comandou nossa cavalgada, as delícias do Hotel Awasi e detalhe da pequena San Pedro de Atacama.

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