Bienal São Paulo 2023
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Batemos um papo com o jovem arquiteto Felipe Hess, cujo trabalho, caracterizado por projetos limpos com influência dos anos 1950, tem chamado a atenção de publicações nacionais e internacionais. Morador do Jardim Paulistano, Hess falou sobre sua visão da arquitetura do bairro e o que o atraiu para cá.
“Morei perto por muitos anos e sempre caminhei pelo bairro, frequentei a Praça Gastão Vidigal e gostei do clima. Então, mudar para o Jardim Paulistano foi uma conquista, uma realização pessoal. Ando de bicicleta todo fim de semana com meu filho e minha esposa e também faço ginástica por aqui.”
“Acho que é um bairro em transformação. Temos bons exemplos de arquitetura desde os anos 1930, Modernismo e até impactantes projetos contemporâneos. Acho que isso deixa o bairro dinâmico, mas sem perder sua essência e escala humana.”
“Sou um grande fã do Modernismo, e temos lindos exemplos arquitetônicos desse período no bairro, felizmente ainda preservados.”
“Acho que toda mudança é importante, desde de que seja respeitosa. Apesar dos diferentes estilos, no meu ponto de vista, o bairro é muito harmônico. Temos desde casas ecléticas dos anos 1930 projetadas por Ramos de Azevedo, passando pelo Modernismo de Artigas do fim dos anos 1940, outras essencialmente modernas como Libeskind e Miguel Forte, dos anos 1950/60, até obras marcantes do começo dos anos 2000 projetadas por mestres como Eduardo de Almeida e Pedro Paulo Saraiva, além de casas recém-concluídas por grandes nomes como Marcio Kogan, Metro e Andrade Morettin.”
“Acho o impacto do metrô sempre positivo, seja onde for.”
“Meu lugar preferido no bairro é a minha casa e a pizza do Casa Europa.”
Dentre tantos projetos arquitetônicos interessantes, um conjunto de quatro sobrados geminados (ilustrados no rodapé), na Rua Sampaio Vidal, chama a atenção, não à toa. Foi projetado pelo paranaense João Batista Vilanova Artigas, um dos arquitetos brasileiros mais importantes do século 20. Radicado em São Paulo, Artigas foi fundador e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU), escola cujo prédio também projetou. De seus traços simples, retos e precisos, surgiram mais de 700 obras e uma linha de pensamento que marca o trabalho de muitos arquitetos brasileiros.
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