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A sabedoria de rir de si mesma
Uma entrevista com Marisa Orth

A atriz Marisa Orth acredita que o humor é instrumento divino e, ao rir de nós mesmos, ficamos mais inteligentes.

por Judite Scholz

Entrevista com Marisa Orth - Jornal aQuadra
Marisa Orth

Ela apareceu cantando e fazendo performances incríveis na banda Luni nos anos 1980 e explodiu com a personagem Magda, no Sai de Baixo, que além de consagrá-la como atriz, deu-lhe o cunho de sex symbol.

Parecia improvável que uma mulher forte, inteligente e culta brilhasse em um personagem como a Magda, mas Marisa fez dela um ícone e se divertiu bastante: “Foi muito legal, foi um exercício de humildade, de generosidade. No início, era para ela ser mais fútil do que burra, e virou um clown. Tem gente que fala que era uma apologia ao machismo, mas é absolutamente o contrário! Era uma crítica à mulher que se objetifica e se pendura em um narcisista abusivo.”.

Neste caso, como em tantos outros, o humor e a ironia são usados como ferramenta para apontar, clarear. “Alguém tem que falar as coisas, né? Gosto do humor sem arrogância, sem violência. Acho que o humor é um instrumento divino entre nós, porque faz a gente dizer as coisas para os outros e para nós mesmos de maneira ok. Costumo dizer que o humor é um prazer do cérebro, ligado à inteligência: quando a gente ri das coisas e de nós mesmos, ficamos mais inteligentes.”.

Atriz, cantora, diva e psicóloga – sim, ela se formou em psicologia, e conta que isso a ajuda muito na vida e no jeito de construir personagens: “Me ajudou muito porque a minha profissão é muito patogênica. Na profissão, minha abordagem dos personagens é bem psicológica”, conta.

Atualmente, Marisa se divide entre as gravações da novela das 18h na Globo, Além da Ilusão; e 9 horas diárias de ensaios da peça Família Addams, além do projeto social que mantém no Rio, SpectAculu – uma escola de arte e tecnologia que forma jovens de 17 a 21 anos para trabalhar no mercado de espetáculos. “A escola ficou fechada na pandemia e, por ser no Rio, eu não tenho contato direto, mas é uma preocupação à qual me dedico.”.

O musical baseado na família mais horripilante dos quadrinhos e do cinema, que fez sucesso em 2012 com uma montagem da Broadway, vai invadir São Paulo novamente. Desta vez, com direção do jovem italiano Federico Belloni e elenco novo, que só repete Marisa e Daniel Boaventura como protagonistas. “É outra montagem. Pensei que seria tranquilo porque já tinha feito esse papel há 12 anos, mas mudou coreografia, figurino, está dando um trabalho louco!”

Tantos compromissos não a impedem de fazer planos. Além de apresentar pelo Brasil o monólogo de sucesso Bárbara, que conta a emocionante história da jornalista Bárbara Gancia contra o alcoolismo, ela deseja incorporar alguns personagens: “Quero dirigir e quero viajar com algum espetáculo para fora do Brasil. E também quero fazer papéis de vilã ou de louca, que exigem caracterização.”.

Que assim seja!

@marisaorth

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