Editorial Jornal aQuadra Edição #35
Nosso bairro fica todo florido, perfumado e colorido na Primavera e assim, abrimos a nossa seção Vida de Bairro dando boas-vindas à estação mais bela do ano.
A gente valoriza mais os biomas terrestres porque estão à nossa vista. Ver a floresta queimando nos toca, mas o que ocorre no oceano, abaixo da água, fica como um mistério: não vemos nem as maravilhas dos animais e suas habilidades, nem a poluição. Além da imensa quantidade de plástico, o fundo marinho também está sendo destruído pela pesca predatória, como a pesca de arrasto, com redes de quilômetros que levam tudo que estiver à sua frente, todos os tipos de corais, tartarugas, golfinhos, arraias, conchas e por aí vai.
Desde criança eu já era apaixonada pelo mar, mesmo sem conhecê-lo, já que sou de uma cidade do interior de São Paulo. Conheci o mar muito tarde, mas já tinha uma conexão profunda com ele.
Adulta, comecei a mergulhar e, quando pus a cabeça embaixo da água, o oceano me prendeu. Comecei a entender as belezas e maravilhas do fundo do mar e também o que estava errado por ali. Surpreendi-me quando, pela primeira vez, ao mergulhar em um recife de corais na Tailândia, descobri que, apesar de eu ter achado lindo, na verdade já havia sido muito mais deslumbrante um dia e agora estava morrendo.
Estudei muito e fui atrás de trabalhar em prol da conservação marinha. Participei de ações de várias entidades, até que me juntei à Sea Shepherd Brasil, onde mais tarde tornei-me coordenadora de educação e comunicação.
Trata-se de uma instituição internacional de conservação marinha sem fins lucrativos que funciona por capítulos. O Brasil é um deles, é independente, tem suas próprias campanhas de arrecadação de fundos, doações, afiliação (patrono) e loja on-line, e luta pela defesa, conservação e proteção da biodiversidade marinha.
Atuamos com ações diretas, por meio de atividades como retirada de lixo marinho e recuperação de ecossistemas marinhos, pesquisas científicas que servirão de instrumentos para exigir melhores políticas públicas de conservação e educação ambiental para o público geral.
Atualmente, trabalhamos em 5 grandes campanhas, que contam com atividades de pesquisa científica e educação.
A Campanha Ondas Limpas luta contra a poluição marinha, promovendo mutirões de limpeza em ambientes aquáticos e urbanos. Além disso, conta com o ônibus Ondas Limpas na Estrada que está percorrendo todo o litoral do Brasil, do Oiapoque ao Chuí, para um estudo da poluição de nossas praias, uma expedição patrocinada pela Odontoprev e em parceria científica com o Instituto Oceanográfico da USP. A Expedição Boto da Amazônia navega pelos rios da Amazônia, estudando com o INPA (Instituto Nacional da Pesquisa da Amazônia) as populações dos botos e tucuxis, que diminuem pela metade a cada 9 anos, e estão seriamente ameaçadas por conta da pesca ilegal.
A campanha Cação é Tubarão é muito importante porque as pessoas pensam que é um tipo de peixe, mas é um nome genérico a todo tipo de tubarão e arraia. Trabalhamos fortemente na educação por meio da sensibilização e da coleta de amostras de carne de tubarão para identificar as espécies que estão sendo comercializadas e os níveis de contaminantes e metais que essa carne contém, que são altamente prejudiciais à saúde humana. Importamos a campanha internacional Shark Defence de proteção aos tubarões, iniciada em Noronha, para evitar o abate dos animais em defesa do turismo. E Borrifos, a campanha de proteção, estudo e educação sobre as baleias que se reproduzem em nossa costa.
Estamos vivendo a Década do Oceano, declarada pela Organização das Nações Unidas (ONU) entre 2021 e 2030, e é o momento perfeito para agirmos, antes que seja tarde. Precisamos urgentemente mudar nossos hábitos, olhar atentamente para o oceano, nos informarmos e apoiar causas de conservação marinha. Como sempre diz nosso fundador Paul Watson, “se o oceano morre, nós morremos”. A hora de agir é agora!
Giselle Reis é educadora, coordenadora de educação e de comunicação na Sea Shepherd Brasil.
Nosso bairro fica todo florido, perfumado e colorido na Primavera e assim, abrimos a nossa seção Vida de Bairro dando boas-vindas à estação mais bela do ano.
Retomei os negativos em vidro de fotografias estereoscópicas dos meus irmãos, feitas por meu pai entre 1929 e 1944, e fiz uma releitura dessas imagens
A ilha com história milenar, que ja foi de gregos e romanos, e que se tornou uma sensação na Itália
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